O papel do Ead na democratização da educação e desenvolvimento econômico.

Terça, 3 de setembro de 2024

O papel do Ead na democratização da educação e desenvolvimento econômico.

Escrito por Aline Alves de Andrade, Mestre em administração.

Hoje, deparei-me com duas reportagens sobre a EaD, daquelas que nos fazem refletir. Uma delas era um ataque feroz à modalidade, cheia de preconceitos e generalizações. A outra era uma defesa apaixonada, cheia de argumentos e evidências. Fiquei pensando nas questões que se escondem por trás dessas visões tão opostas… Será que o jornalista da primeira reportagem sabe do que está falando? Será que ele conhece os grupos e instituições que fazem da EaD uma ferramenta de qualidade e responsabilidade para democratizar a educação? Ou será que ele é mais um daqueles que, mesmo atuando na EaD, tenta desmoralizar a modalidade por algum motivo obscuro? Infelizmente, isso tem sido uma característica de alguns profissionais, que “mordem a mão que os alimenta e continuam comendo”…

Outro ponto que me chamou a atenção foi a contradição do atual governo, que diz defender o acesso e a inclusão, mas quer fechar as portas para a EaD, a única forma de realmente democratizar a educação, beneficiar a população e o desenvolvimento econômico do país. Lembrei-me de uma conversa que tive com um colega há mais de 20 anos, sobre a importância do número de graduados para elevar o IDH e o PIB de um país, e até mudar o seu nível de desenvolvimento. Naquela época, as ações afirmativas de financiamentos estudantis (FIES e PROUNI) e de ampliação do acesso à educação também foram implementadas por uma estratégia econômica e de desenvolvimento, que considerava o aumento do número de graduados como um dos indicadores para colocar o país no rol dos países em desenvolvimento. Isso foi um grande avanço na época.

Vocês sabiam que, segundo a UNESCO, cada ano a mais de escolaridade pode aumentar em 0,37% a média anual do PIB de um país? Que o IDH leva em conta o nível educacional da sociedade e mede a média dos anos de escolarização?

Por outro lado, a segunda reportagem mostra o desastre que será o retrocesso da EaD, tanto para a inclusão, quanto para o pedagógico e para a economia do segmento educacional, que sofrerá uma explosão e muitas IES fecharão. Além disso, ela deixa claro que o governo não quer concorrência com as políticas assistencialistas, que perderão pontos em uma análise comparativa do nível de desenvolvimento educacional do atual governo com seus mandatos anteriores. A EaD permite que o desenvolvimento educacional ocorra mais por meio da iniciativa privada do que por políticas públicas. Vejam bem, eu concordo com as políticas públicas, mas as de Estado e não de governos.

Contudo, eu vou além disso. Tirar o acesso à educação, principalmente dos mais desfavorecidos, é condenar o país ao atraso e à estagnação. Isso impacta não só no setor educacional, mas em toda a cadeia produtiva do país e nos indicadores de desenvolvimento.

Então, quem não gosta, não entende sobre EaD ou não reconhece a importância da Educação Superior, deveria reavaliar, pelo menos, sobre a perspectiva dos impactos negativos, o que esse retrocesso causará no desenvolvimento socioeconômico da sua região.